Curso de Técnicas Alternativas em Saneamento e Construção de Fossa Bio Séptica

Descubra mais sobre esta atividade! A fossa foi construída no Rufino Rocha, que teve seu banheiro reativado.

Análise da qualidade da água de dois pontos de captação do Capão

Com o apoio do IFBA, realizamos a análise da qualidade da água do Batista e de uma nascente na Mata. Clique aqui para saberos resultados!

Curso de Monitores do Projeto Sustentabilidade em Ação

Descubra mais sobre esta atividade! Os monitores realizarão o levantamento de dados no Vale do Capão.

Lixo na comunidade

Você sabe para onde vai o lixo coletado no Capão? Descubra mais sobre o Lixão de Palmeiras.

Vale do Capão

O Vale do Capão é um dos distritos que mais crescem na região. Será que estamos conseguindo preservar este lugar tão bonito com todo esse crescimento desordenado?

Vila do Vale

Você sabe quantas casas existem no Vale? E quantas existiam há 5 anos atrás? Com o auxílio do PSF do Vale e da Prefeitura de Palmeiras trazemos esses dados até você.

APEA-CA

Descubra mais o que a Associação de Pais, Educadores e Agricultores de Caeté-Açu vem fazendo pela comunidade.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Apresentação do Plano de Saneamento do Vale do Capão - veja como foi!

Foi apresentada a versão preliminar do Plano de Saneamento do Vale. No sábado, dia 26 de julho de 2014, a consultora Gabriela de Toledo, engenheira sanitarista da UFBA, foi ao Capão para apresentar à comunidade o Plano de Saneamento montado com a coordenação e os moradores com todos os levantamentos realizados no diagnóstico de casa em casa e nas oficinas com cada "bairro" do Capão, além de diversas consultas e reuniões com profissionais e moradores do Vale.

A ideia do encontro foi de  que a comunidade conhecesse o Plano e pudesse dar seus palpites e sugestões. O Plano contemplou a projeção de crescimento para o Capão e quais os Programas, Projetos e Ações pensados para o Vale. Compareceram cerca de 70 pessoas, entre moradores, comerciantes e poder público - o pessoal do INEMA e da SEMA, assim como o Prefeito Didico, o secretário de Meio Ambiente Aruanã de Luccas e o engenheiro da prefeitura Samuel Azevedo, marcaram presença.

O Plano é uma proposta, e deve ser aprovado na Câmara dos Vereadores de Palmeiras - junto com o Plano Municipal de Palmeiras, já finalizado mas ainda não votado. Estes instrumentos nortearão os investimentos em saneamento no Vale, e facilitarão a captação de recursos para a implementação de fato das ações.

A equipe do projeto enviou o Plano finalizado para uma lista de emails, coletados entre os participantes das diversas atividades do projeto. Caso você queira uma cópia, entre em contato pelo email sustentabilidadevaledocapao@gmail.com que enviaremos uma cópia digital!

No início de 2015 os planos, tanto do Capão quanto de Palmeiras, devem ser votados em Câmara.




Fique atento! Postaremos aqui as novidades desta iniciativa.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Reunião de Apresentação da Proposta do Plano de Saneamento do Vale


Após vários meses de projeto, chegou a hora de apresentar o Plano de Saneamento do Vale! No próximo sábado, dia 26 de julho de 2014, a consultora Gabriela de Toledo, engenheira sanitarista da UFBA, virá ao Capão para apresentar à comunidade o Plano de Saneamento montado com a coordenação e os moradores com todos os levantamentos realizados no diagnóstico de casa em casa e nas oficinas com cada "bairro" do Capão, além de diversas consultas e reuniões com profissisonais e moradores do Vale.

A ideia do encontro é que a comunidade conheça o Plano e possa dar seus palpites e sugestões. O Plano irá contemplar a projeção de crescimento para o Capão e quais os Programas, Projetos e Ações pensados para o Vale. 

O Plano é uma proposta, e deve ser aprovado na Câmara dos Vereadores de Palmeiras - junto com o Plano Municipal de Palmeiras, já finalizado mas ainda não votado. Estes instrumentos nortearão os investimentos em saneamento no Vale, e facilitarão a captação de recursos para a implementação de fato das ações. 

Por isso, é muito importante a participação da comunidade! Para que o Plano siga seu objetivo e seja implementado, melhorando as condições de saneamento do Vale!

Participe!!! Sábado, dia 26/07/2014, às 16:30, no Coreto da Vila!





sexta-feira, 4 de julho de 2014

Resultados das análises das águas do Capão



Dando prosseguimento às atividades de análise da qualidade da água, entre os dias 12 e 17 de junho de 2014 realizamos a análise de alguns dos principais pontos de captação de água das nascentes (Bomba, Campos e Gatos) e de dois poços que fornecem água para a região da Vila e dos Campos. Somando com os outros pontos de captação de nascentes analisados em visitas anteriores (Mata e Batista), o projeto Sustentabilidade em Ação tem objetivado compreender a qualidade da água consumida pela maior parte da população do Capão.

O Kit Potabilidade utilizado, fabricado pela empresa ALFAKIT, permite a avaliação da qualidade da água segundo alguns dos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde considerando que a água potável, ou seja, adequada para o consumo humano, deve ser aquela cujas características microbiológicas, físicas, químicas e radioativas não ofereçam risco para o consumo humano.

Os parâmetros analisados foram: Alcalinidade, Dureza, Cloretos, pH, Ferro, Amônia, Cor, Turbidez, Coliformes totais e fecais.
 
A análise das fontes de abastecimento de água do Capão procurou identificar os elementos que diferem dos parâmetros definidos. Após as identificações destes, focaremos um estudo sobre as consequências destas imperfeições da água para a nossa saúde e as possibilidades de correção.



Descrição das visitas às fontes de abastecimento:

Batista: A captação realizada do Batista se localiza abaixo da nascente. Observou-se que as matas ciliares estavam bem preservadas. Da represa de captação de água do Batista saem três encanamentos: um por meio de um cano de 50 que distribui água para a região que vai do Doce Mel até o colégio Municipal. Este encanamento tem aproximadamente 28 anos de existência. O segundo fornece água para o Lothloren por meio de um encanamento de 1/2. O terceiro, também de 1/2, fornece água para cerca de oito casas próximas do local. Segundo relatos, o segundo e o terceiro encanamento são mais antigos do que a rede geral.

Mata (nascente de Dona Alicinha): A captação realizada da nascente de Dona Alicinha acontece por meio de um represamento de água abaixo da nascente de onde saem dois encanamentos que se juntam, sendo realizado um rodízio de registro para contemplar os moradores do local. Esta nascente também encontra-se bastante preservada, contudo, não é capaz de suprir toda a demanda do local, sendo normal que seque nos períodos de estiagem.

Bomba: A captação de água realizada no rio do Bomba é bastante importante para a população do Capão. Ela fornece água para a população da própria região do Bomba até a região dos Brancos, sendo a fonte com maior capacidade de distribuição. Dentre todos os pontos de captação, este é o que o acesso é mais difícil, tendo em vista que é necessária uma caminhada de aproximadamente 40 minutos desde o povoado do Bomba até o ponto de captação. Embora não houvesse vestígios de presença humana no local, foram vistas fezes de equinos, o que indica que alguns animais frequentam o local. Durante toda a caminhada observamos que a mata ciliar o local é bem preservada. Acompanharam-nos nesta análise o professor de biologia da UFBA e visitante frequente do Capão, prof. Ronan, o médio co Posto de Saúde do Vale, Dr. Áureo e a ex-monitora do Projeto Sustentabilidade em Ação e professora Solange.

Localização geográfica do ponto de captação: 24 L 0219692       UTM: 8615165       Altitude: 865 m
Resultado Coliformes Fecais e Totais: presente






Teste realizado no Bomba: Prof. Ronan, Maria, Solange (monitora) e Vtória.

Teste realizado no Bomba: Maria, Solange (monitora) e Dr. Áureo.

Cano no ponto de captação da água do Bomba




Campos: Na região dos Campos foi analisada a água da nascente conhecida por Grota, Fumaça ou Larga. A água dessa nascente que chega por gravidade se junta com a água do poço tubular que chega por meio de bombeamento até duas caixas de água com capacidade de 10.000 litros e 30.000 litros cada uma delas. Nestas duas caixas a água da nascente e do poço se juntam, passando a partir dali a abastecer os imóveis da região. O sistema de abastecimento dos Campos se apresentou de forma bem organizada, uma vez que foram os próprios usuários alcançaram um sistema auto-gestionário que visa à distribuição do recurso hídrico para todos, considerando as diferentes formas de contribuição que cada morador pode dar. Em relação às parcerias firmadas para a implantação do sistema, houve um acordo entre um político da região para a perfuração do poço em uma área de um particular, sendo que atualmente a prefeitura paga a conta de energia para o bombeamento da água. Embora o sistema de armazenamento em caixas de água ofereça vantagens em relação aos sistemas em que a água chega diretamente aos consumidores, foi observada a necessidade de um melhor fechamento e vedação destes reservatórios para evitar a entrada de pequenos animais, tais como rãs. Acompanharam-nos nesta análise Martin, permacultor, e André, morador dos Campos e proprietário do terreno em que se localiza o poço.


Localização geográfica das caixas: 24 L 0229185        UTM: 8606041          Elevação: 1014m
Resultado Coliformes Fecais e Totais poço Campos: negativo
Resultado Coliformes Fecais e Totais nascente: não identificado


Reservatórios dos Campos: caixa de fibra de vidro de 10 mil litros e reservatório de alvenaria (30 mil litros).

Interior do reservatório de 10 mil litros, com duas entradas de água: da nascente e do poço.





Chico: O ponto atual de captação da nascente do Chico é bastante recente. Há pouco tempo atrás a captação era feita em um ponto que não secava. Contudo, devido a alguns conflitos referentes a forma de manejo e ao acesso ao local entre a proprietária do terreno e um pequeno grupo de moradores que dão manutenção voluntária ao sistema de abastecimento de água, o ponto de captação passou a ser em um outro local, mais acima do ponto de captação anterior. O novo ponto de captação apresenta o risco de secar nos períodos de estiagem, apresentando esta desvantagem em relação ao ponto de captação anterior.  O ponto de captação recente apresenta uma mata ciliar bem preservada enquanto que no ponto de captação anterior a mata ciliar foi devastada na época dos plantios de café, o que indica a importância de um projeto de reflorestamento da mata ciliar do local. Essa fonte de abastecimento complementa as fontes do Bomba e do Batista no atendimento à população da região, como também fornece água para a região da Mata, que sofre com as poucas alternativas de captação de água somado a um grande aumento populacional. Acompanharam-nos nesta análise Mônica e Sr. Zé, proprietários das terras em que se localizam as nascentes, e Alessandra, do Posto de Saúde.

Localização geográfica do ponto de captação atual: 24 L 0230108, UTM 8602500, Elevação: 936 m   
Resultado Coliformes Fecais e Totais: presente


Localização geográfica do ponto de captação anterior: 24 L 0230023   UTM 8602542    Elevação: 925 m


Ponto de captação anterior da nascente conhecida como Nascente do Chico

Ponto atual de captação da nascente conhecida como Nascente do Chico, alguns metros acima do ponto de captação anterior.




Gatos: O ponto de captação da nascente dos Gatos é bastante conservado, ainda que próximo a ele tenha pequenas hortas e pomares. O cano que sai do ponto de abastecimento é de 100 e depois se divide em dois canos de 1 polegada. A água dessa nascente abastece toda a região dos Gatos e não houve nenhum momento em que tenha secado. Acompanharam-nos nesta análise o morador dos Gatos Sr. Jorge e o dentista do Posto de Saúde do Vale, Raimundo.

Localização geográfica do ponto de captação: 24 L 0229467   UTM 8604566      Elevação: 934m
Resultado Coliformes Fecais e Totais: não identificado

Após a análise da nascente, foi realizado um teste de coliforme em uma das residências do pequeno agrupamento de casas dos Gatos (próximo à ponte dos Gatos). A casa não possui caixa d´água,d e forma que a água analisada é a mesma da fonte, após passar por encanamento. O resultado de Coliformes Fecais e Totais na residência foi positivo, sugerindo contaminação no encanamento.


Foto do represamento e captação da água da Nascente dos Gatos.

Realização da análise: Vitória e Raimundo




Vila: Para a análise da qualidade da água que é servida para a população da Vila, fizemos o exame com a água do nosso escritório, localizado na ladeira da vila do Capão. A água coletada vem diretamente do poço tubular perfurado pela CERB em 14/03/2000. O poço tem 114 metros de profundidade, apresentando vazão na época da perfuração de 23.290 l/h. A água, portanto, não passa por nenhum reservatório de água, somente pelo encanamento que conduz a água do poço para a residência.
Resultado Coliformes Fecais e Totais poço Vila: negativo


Os resultados dos parâmetros analisados em todas as nascentes foram os seguintes:









Obs.: os parâmetros que estão em conformidade com o estabelecido pelo Ministério da Saúde forma marcados em azul, enquanto aqueles que não estão em conformidade estão grifados em rosa. Em verde estão os parâmetros que não têm um valor máximo permitido ou cujo teste não alcançou uma resposta que pudesse identificar o valor exato. O maior problema identificado nas águas do Capão foi o pH, em geral mais ácido do que o recomendado.

Para um melhor entendimento destes parâmetros, segue abaixo uma breve descrição de cada um deles:




Alcalinidade: a origem natural da alcalinidade está nas rochas, atmosfera, matéria orgânica, fotossíntese; a origem antropogênica, relacionada às atividades humanas, está nos despejos domésticos e industriais. Entre as impurezas encontradas na águas, existem aquelas que são capazes de reagir com ácidos, podendo neutralizar certa quantidade desses reagentes. Essas impurezas conferem às águas a característica de alcalinidade. Por definição, alcalinidade de uma água é a sua capacidade quantitativa de neutralizar um ácido forte, até um determinado pH. A alcalinidade é devida principalmente à presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. Valores elevados de alcalinidade estão associados a processos de decomposição da matéria orgânica e à alta taxa respiratória de microorganismos. Mesmo as águas com pH inferior a 7,0 (5,5 por exemplo), podem, e, em geral, apresentam alcalinidade, pois normalmente contém bicarbonatos.  A maioria das águas naturais apresenta valores de alcalinidade de 30 a 500 mg/l. Do ponto de vista sanitário a alcalinidade não tem significado relevante, mesmo para valores elevados (e. g., 400 mg/L de CaCO3). No entanto as águas de alta alcalinidade são desagradáveis ao paladar e a associação com pH elevado, excesso de dureza e de sólidos dissolvidos, no conjunto, é que podem ser prejudiciais.

Dureza: Inicialmente, a dureza da água era entendida como a capacidade da água de precipitar sabão. O sabão é precipitado principalmente pela presença de íons cálcio e magnésio. Outros cátions, como por exemplo, ferro, manganês e zinco, podem precipitar o sabão; porém, geralmente estão presentes na água na forma de complexos, frequentemente com constituintes orgânicos, e sua participação na dureza da água é mínima. Assim, e de acordo com a prática atual, dureza de uma água é a soma das concentrações de cálcio e magnésio, expressas em termos de carbonato de cálcio, em miligramas por litro. A dureza de uma água pode ter origem natural (como dissolução de rochas calcárias) ou antropogênica (lançamento de efluentes industriais). Águas com elevados teores de dureza reduzem a formação de espuma, mas há evidencias de que a ingestão de águas duras contribui para uma menor incidência de doenças cardiovasculares.  Em corpos d´água com reduzidos teores de dureza a biota é mais sensível à presença de substâncias tóxicas, já que a toxidade é inversamente proporcional ao grau de dureza da água. Habitualmente, uma água doce natural tem uma dureza total, expressa como CaCO3, à volta de 35 mg/L, podendo apresentar valores muito mais elevados, sem qualquer risco para a saúde.

Cloretos: Os cloretos existem normalmente nos dejetos animais e, por isso, a análise de cloreto pode indicar contaminação fecal. Nas águas superficiais, são fontes importantes de cloreto as descargas de esgotos sanitários, sendo que cada pessoa expele através da urina cerca 4 g de cloreto por dia, que representam cerca de 90 a 95% dos excretos humanos. O restante é expelido pelas fezes e pelo suor (WHO, 2009). Tais quantias fazem com que os esgotos apresentem concentrações de cloreto que ultrapassam 15 mg/L. O cloreto não apresenta toxicidade ao ser humano, exceto no caso da deficiência no metabolismo de cloreto de sódio, por exemplo, na insuficiência cardíaca congestiva. A concentração de cloreto em águas de abastecimento público constitui um padrão de aceitação, já que provoca sabor “salgado” na água.

pH: O pH, que pode variar entre 0 a 14, indica se a água é ácida ou alcalina. Assim, o pH 7,0 indica neutralidade. Acima de 7,0 indica alcalinidade e abaixo de 7,0 indica acidez. Quando o pH baixa, a corrosividade da água geralmente aumenta, trazendo para a solução ferro e manganésio, por exemplo, que lhe dão um gosto desagradável. Valores de pH altos também podem atacar os metais. Para a vida aquática, o pH deve situar-se entre 6.0 e 9.0. O pH altera a solubilidade e, por isso, a disponibilidade de muitas substâncias, mas também afeta a toxicidade de substâncias como o ferro, chumbo, crómio, amoníaco, mercúrio e outros elementos.

Ferro: A concentração alta de Ferro pode acontecer pelas características naturais da água ou por receberem esgoto do tipo industrial.  Nas águas superficiais, o nível de ferro aumenta nas estações chuvosas devido ao carreamento de solos e a ocorrência de processos de erosão das margens. O ferro confere cor e sabor à água, provocando manchas em roupas e utensílios sanitários. Também traz o problema do desenvolvimento de depósitos em canalizações e de ferro-bactérias, provocando a contaminação biológica da água na própria rede de distribuição. Por estes motivos, o ferro constitui-se em padrão de potabilidade.

Amônia: A amônia, assim como o cloreto, indica a presença de dejetos animais e também humanos. Ainda que uma pequena quantidade de amônia possa aparecer naturalmente em águas de abastecimento, a sua quantidade elevada indica poluição recente. Um odor pungente é detectável em concentrações acima de 30 mg/L, ocorre irritação ocular e nasal a 50 mg/L, disfunção pulmonar a 1000 mg/l e há risco de morte se uma pessoa for exposta a concentrações acima de 1500 mg de NH3/L(11). Ocorre em vários efluentes domésticos e industriais e também resulta da decomposição natural da matéria orgânica. O amoníaco e seus derivados (uréia, nitrato de amônio e outros) são usados na agricultura como fertilizantes e componentes de vários produtos de limpeza. O amoníaco é muito usado em ciclos de compressão (refrigeração) devido ao seu elevado calor de vaporização e temperatura crítica. Em concentrações muito altas, por exemplo, na água de consumo, pode causar danos graves, já que interfere no transporte do oxigênio pela hemoglobina, entre outros efeitos tóxicos.

Cor: A existência na água de partículas coloidais ou em suspensão determina o aparecimento de cor. Essas partículas provêm do contato da água com substâncias orgânicas como folhas, madeira, etc., em estado de decomposição, da existência de compostos de ferro ou de outras matérias coradas em suspensão ou dissolvidas.

Turbidez: A turbidez ou turvação duma água é causada por diversos materiais em suspensão, de tamanho e natureza variados, tais como, lamas, areias, matéria orgânica e inorgânica finamente dividida, compostos corados solúveis, plâncton e outros organismos microscópicos. A presença destes materiais em suspensão numa amostra de água causa a dispersão e a absorção da luz que atravessa a amostra, em lugar da sua transmissão em linha reta. A turbidez é a expressão desta propriedade óptica e é indicada em termos de unidades de turbidez (NTU – Nephelometric Turbity Unit).

Sobre os coliformes totais e fecais, estes indicam a presença de organismos parasitários ou patogênicos que utilizam a água como veículo. Devido a grande dificuldade de identificar os microorganismos patogênicos presentes na água, identificam-se as bactérias do grupo "coliforme" que, por serem habitantes normais do intestino humano, sua presença nas águas indica a presença de matéria fecal, sendo inadequada para o consumo sem tratamento. 


Fontes: Relatório Kurita, Aline Maxiline Pereira Oliveira; ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS COR, TURBIDEZ, PH, TEMPERATURA, ALCALINIDADE E DUREZA- MIEB – 2007/08; UNICAMP – ST 502 e ST 503; CETESB; Alfakit.


FIQUE ATENTO!
Em breve o projeto realizará mais testes de qualidade da água. A ideia é manter um Programa Permanente de Análise da Qualidade da Água no Capão.


Para discutir esta e outras propostas, será realizada uma reunião geral em data prevista para o dia 7/7 (a confirmar).

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Análise da qualidade das águas do Capão!

Prezad@s Capãozeir@s,


 
O Projeto Sustentabilidade em Ação adquiriu um kit para análise da qualidade da água de acordo com os principais parâmetros exigidos. Nos próximos dias realizaremos visitas às principais fontes de abastecimento:


Dia
Horário
Concentração
Fontes visitadas
6ª feira - 13/06
09:00 – 12:00
Povoado do Bomba
Nascente do Bomba
Domingo - 15/06
09:00 – 12:00
Coreto da Vila
Água do Poço da Vila e Nascente do Riacho do Ouro
2ª feira - 16/06
09:00 – 12:00
Campos – próximo ao orelhão
Nascente do Córrego dos Bois

Posteriormente serão marcadas as análises das outras nascentes e poços – mais informações em breve!

Participe! Você poderá receber uma análise da qualidade da água da torneira de sua casa.
Você também pode participar nos enviando críticas ou sugestões (por meio do email sustentabilidadevaledocapao@gmail.com, do blog ou pessoalmente).




Um abraço e até lá!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Fezes humanas geram renda mundo afora

Ecocônomia

As fezes humanas já alimentam boa parte do mundo. E podem alimentar bem mais. De quebra, elas também são uma alternativa de energia (hum...) limpa. E se prepare: ainda existe um verdadeiro pré-sal de cocô a ser explorado!

Texto extraído de: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/economia-fezes-humana-alternativa-energia-limpa-superinteressante-556000.shtml

Maurício Horta
Revista Superinteressante – 05/2010


"Merda de Artista. Contém 30 gramas", dizia o rótulo das 90 latinhas nas quais o dadaísta Piero Manzoni embalou o próprio cocô em 1961. Quatro décadas depois, as latas estão expostas em alguns dos mais importantes museus do mundo - da Tate Modern, de Londres, ao Centro Georges Pompidou, em Paris - e são disputada nos leilões da Sothesby’s por lances de até 124 mil euros - R$ 10 mil o grama. Mas não precisa ser de artista para o cocô humano valer dinheiro.

De toda a comida do mundo, 10% são produzidos pelos 200 milhões de camponeses que usam esgoto cru para irrigar e fertilizar suas plantações, principalmente na Ásia, segundo estudo do Instituto Internacional de Gerenciamento de Água (IWMI, na sigla em inglês).

Não fosse pelo esgoto, o preço de vegetais em países pobres aumentaria tremendamente. Cada tonelada de fezes humanas tem até 6 quilos de nitrogênio, 2,5 quilos de fósforo e 4,2 quilos de potássio, e cada 1 000 litros de urina, até 70 quilos de nitrogênio, 9 quilos de potássio e 400 gramas de fósforo. "Com essa constituição, fica claro o valor fertilizante dos dejetos humanos tanto para uso em pequena como em grande escala", diz o engenheiro agrícola Antonio Teixeira de Matos, da Universidade Federal de Viçosa.

Claro que nem ele nem ninguém defende que comer um legume cultivado nas fezes de desconhecidos é uma boa ideia. Um grama de cocô é uma bomba com 10 milhões de vírus, 1 milhão de bactérias, 1 000 cistos de parasitas e 100 ovos de vermes. É a água contaminada por esses organismos que causa 80% das doenças relacionadas à diarreia, que matam uma criança a cada 15 segundos. Ou seja: comer desses cultivos é quase tão perigoso quanto não comer nada.

O potencial de verdade, então, está no esgoto tratado contra micro-organismos nocivos. "A tecnologia para limpá-lo [como tanques de estabilização de dejetos e outras técnicas de baixo custo] já é bem pesquisada e documentada. A questão é apenas aplicá-la onde for necessário", diz a engenheira ambiental Liqa Raschid, do IWMI.

Os países desenvolvidos já fazem isso, inclusive. Eles processam grande parte dos dejetos, produzindo de um lado água potável e, de outro, o lodo de esgoto - tratado contra bactérias e parasitas. E esse lodo é a base de muitos cultivos. No Reino Unido, por exemplo, 70% do lodo vai para a agricultura, e, nos EUA, só a empresa Synagro fatura US$ 320 milhões coletando lodo de esgoto para vender a fazendeiros do país todo. Só não dá para substituir todo o fertilizante artificial por cocô porque não o produzimos o suficiente.

O tratamento é fundamental para usar esgoto como adubo, mas não é tão necessário se os dejetos forem aplicados em culturas não comestíveis, como fibras, madeira e combustíveis, segundo Matos. "Se a aplicação for feita em doses adequadas, para não contaminar o solo nem as águas subterrâneas, o risco é mínimo. E o aproveitamento deve ser incentivado", conclui. Resultado: o produto interno bruto do seu intestino vai direto para o do país! Você estará contribuindo para o crescimento econômico cada vez que sentar no trono. Mas isso é só o começo.

PROBLEMA DE GASES
Outro fim economicamente interessante pode ser dado ao cocô: produzir energia. Afinal, as fezes têm gás combustível de montão. Some a criação de animais domesticados do mundo - 1,34 bilhão de vacas, 1,8 bilhão de cabras e ovelhas, 941 milhões de porcos e 18 bilhões de galinhas.
Se você pegar só a metade do que essa bicharada solta em um ano, poderá produzir em gás o equivalente a 2,28 bilhões de barris de petróleo por ano, ou 8% do que o mundo consome. Juntando isso à produção intestinal dos 6,9 bilhões de seres humanos... bem, as chances energéticas parecem ilimitadas.

Ainda assim, a produção de gás de origem biológica (o biogás) está engatinhando. É que um biodigestor comum precisa de em média 30 litros de matéria orgânica por dia para se tornar viável, enquanto uma pessoa faz cerca de 250 gramas de cocô e 1 litro de urina nesse período. Não dá grande coisa em biogás. Para manter acesa uma única lâmpada de 100 W, por exemplo, só com a produção diária de 10 pessoas.

Mas com uma forcinha dos animais a coisa funciona. Uma vaca produz 30 quilos de estrume por dia. Juntando isso com a porção humana, já dá para conversar. Tanto que, hoje, 15 milhões de lares na China rural conectam suas privadas a um biodigestor - e, poucas horas depois de terem dado a descarga, podem acender o fogão e cozinhar o almoço. Com 1,6 bilhão de pessoas, o país conseguiu então estampar mais um título autoatribuído de grandeza: o de país que aproveita mais energia do cocô. Num vilarejo-modelo na província de Shaanxi, todo cocô, humano ou animal, é aproveitado para produzir energia. A Índia segue o mesmo caminho, com seus 283 milhões de vacas. Mas é o Nepal o país com mais biodigestores per capita. Com 83% da população no campo e constante falta de combustível, 4% dos nepaleses usam o biodigestor a cocô de vaca. O Brasil vai devagar, mas São Paulo e Mato Grosso já têm fazendas com biodigestores de fezes de porcos.

Esse tipo de iniciativa pode fazer toda a diferença para o bolso dos criadores de animais. E para o seu. Por exemplo: se todas as criações de frango aproveitassem a quantidade mastodôntica de titica que produzem, a carne poderia ficar 4% mais barata no supermercado, segundo um estudo de Julio César Palhares, pesquisador da Embrapa. Isso corresponde ao custo do aquecimento elétrico, uma necessidade dos criadouros. E a energia da titica, sozinha, daria conta de eliminá-lo.

Mas nem sempre é necessário criar animais para que os biodigestores sejam viáveis. Em lugares de população grande e concentrada o sistema pode vingar. Foi o que aconteceu nas prisões Ruanda. O genocídio de 1994 inflou a população carcerária do país, bombando tanto os gastos com lenha para cozinha quanto a produção de fezes, que acabava nos rios. O cocô dos presos tinha virado um problema nacional! A solução? Cozinhar a comida deles com biogás feito de suas próprias fezes. Pronto. Desde então, esse combustível humano permite uma economia de 60% nos gastos com lenha - gastos que chegariam a US$ 1 milhão por ano.

Os europeus também já podem entrar no banheiro e sair com a consciência ambiental mais limpa. A Alemanha transforma 60% de suas fezes em energia, e a Inglaterra deve fechar 2010 passando a marca de 75%. Na Suécia já há carros funcionando, indiretamente, à base de cocô. A cidade de Linköping transforma todo o esgoto de seus habitantes (e mais o cocô de porcos e bois) no biogás usado nos 64 ônibus do lugar e no primeiro trem movido a cocô do mundo, que tem autonomia para percorrer 600 quilômetros.
Enquanto isso, 12 postos abastecem os carros locais, economizando 5,5 milhões de litros de gasolina. Com isso, 9 toneladas de CO2 deixam de ser lançadas no ar por ano.

Mesmo assim, ainda existe um pré-sal de cocô a ser explorado. Simplesmente porque quase todo ano ele é desperdiçado por falta de saneamento básico. No mundo, 2,5 bilhões de pessoas não contam com esse luxo. Não é que não tenham acesso ao esgoto. Eles não possuem sequer uma fossa: vão para campos abertos de defecação, linhas de trem, florestas... E em algumas favelas, partem para o toalete-helicóptero: fazem num saquinho e jogam no telhado do vizinho.

Inspirador, não? Bom, para o empresário sueco Andrés Wihelmson foi. Primeiro ele viu saquinhos de cocô voando em favelas do Quênia. Depois, constatou que esses lugares tinham bastante espaço livre que poderia ser usado para plantar. Aí ele juntou as duas coisas numa ideia só: fazer saquinhos-privada biodegradáveis e com produtos químicos que matam os germes do cocô. Depois de se aliviar, você enterra a caca e ela vira adubo. Andrés já testou a coisa na África e deve começar a produção neste ano. A intenção não é fazer caridade, mas vender os saquinhos pelo equivalente a R$ 0,05. Com lucro. Pois é: com cocô não se brinca.

MERCADO DE M...
Nem só de adubo e de bioenergia vive a indústria do cocô:

CAFÉ: O luwak, um tipo de sagúi asiático, é tão fresco que só come os melhores grãos de café arábica da Indonésia. Depois de sair de seu ânus, os grãos produzem o mais caro do mundo - até US$ 100 a xícara. Seleção natural!
PAPEL: Um elefante descarrega pelo intestino fibra suficiente para produzir 115 folhas de papel por dia. Uma agenda de cocô de elefante tailandês sai por US$ 15. Já um par de cartões de visita de cocô de panda sai por US$ 8.
INCENSO: Na Índia tudo o que vem dos 250 milhões de vacas é sagrado - inclusive o 1,25 milhão de toneladas de cocô que fazem por dia. Ele é usado como incenso. Os mais devotos usam a fumaça para defumar queijo.
CARVÃO: Nas casas pobres indianas é comum ver no quintal mulheres amassando estrume e transformando em bolachas - para secar e guardar e usar como combustível para o fogão. Ou como enfeite nas paredes.
SABONETE: Feito com cocô de vaca hare krishna, o sabonete Angarag (R$ 0,60) é um must. Ele vem de uma fazenda mantida por monges. Aproveite e leve o Netra Jyotri (15 ml): um colírio à base de urina de vaca, por R$ 0,80.
BATOM: A ideia vem da empresa de tratamento de esgoto de Londres, Thames Water. Rico em gorduras (4% do cocô são lipídios), o lodo de esgoto pode ser fonte da matéria-prima para fazer cosméticos.
PRIVADA: É como fechar um ciclo, hehe. A designer Virginia Gardiner criou uma privada descartável feita 90% de cocô de cavalo. Depois de usar, você pode colocar a privada inteira num biodigestor para produzir energia.

Para saber mais:
Poop Culture, David Praeger, 2007. Editora: Feral House.
The Big Necessity, Rose George, 2008. Editora: Metropolitan Books.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Prestação de contas - Março/2013 a Março/2014

Prestação de contas

Para esclarecer as contas do Projeto Sustentabilidade em Ação, realizado pela APEA-CA com apoio financeiro da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, apresentamos o seguinte:

Valor total do projeto: R$ 65.999,92

Este valor foi recebido em duas parcelas: a primeira em 26/03/2013 no valor de R$ 42.999,92 e a segunda dia 2/4/2014 no valor de R$ 23.000,00. Os valores foram depositados em uma conta específica do projeto em nome da APEA-CA.

O valor total gasto no período de 01/03/2013 a 12/03/2014 foi de  R$ 40.962,57, conforme detalhado a seguir:





O diagnóstico foi a atividade em que os 10 monitores receberam capacitação (aulas de georeferenciamento e pesquisa de campo) e foram de casa em casa aplicar os questionários. O valor total gasto nesta atividade foi de R$ 19.868,36, divididos nos seguintes itens:





A segunda atividade foram as oficinas de técnicas alternativas em saneamento e a construção da fossa bio-séptica e reforma do banheiro da Escola Rufino Rocha. Nesta atividade foram gastos R$ 10.983,17 conforme os itens a seguir (obs.: há despesas desta atividade que foram pagas em abril):



A 3ª atividade, que ainda está em andamento, é a elaboração do plano de saneamento. Nesta etapa, foram realizadas reuniões em cada “bairro” do Capão e a coordenação realizou um relatório completo com todos os dados do diagnóstico. Este relatório está sendo analisado por uma consultora (engenheira ambiental) que apresentará a proposta de plano de saneamento à comunidade nos próximos meses.




As despesas bancárias e a contrapartida (despesas para ida a Salvador de duas facilitadoras para realização de um curso de prestação de contas na secretaria do meio ambiente) foram as seguintes:



Ainda restam alguns meses de atividades, em que serão realizadas reuniões para confirmação do Plano e atividades de replicação em outros municípios.

Todas as despesas acompanham nota fiscal ou recibo, e cotação quando necessário. O relatório completo está à disposição da comunidade com a equipe do Projeto (Hiandra, Maria e Vitória) e na sede da APEA-CA. 

As próximas despesas, a partir de 13/03/2014, serão postadas neste blog após a finalização do projeto, prevista para julho deste ano.
Todos os dados acima citados serão apresentados ao Conselho Fiscal da APEA-CA.

Em anexo, seguem os extratos bancários de março a dezembro de 2013. 






















quarta-feira, 26 de março de 2014

Lixo no Capão



Será que os moradores do Capão estão mesmo separando o seu lixo? Veja a entrevista com Paulo, motorista do caminhão de lixo do Capão.





segunda-feira, 24 de março de 2014

Análise da qualidade da água do Capão

Na última 3ªfeira, dia 18/03/2014, a equipe do Projeto Sustentabilidade em Ação, juntamente com alunos e professores do IFBA, analista do ICMBio e moradores do Capão, realizaram a coleta e análise da água de dois pontos de captação no Vale do Capão: o Batista, que abastece a região dos Brancos e a rua do Juca, e a nascente de Dona Alicinha, que abastece parte da região da Mata.



18 alunos do curso técnico de meio ambiente, acompanhados do professor geógrafo Henrique Andrade, chegaram ao Capão logo pela manhã.  Compareceu também o analista do Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD - gerido pelo ICMBio), Pablo Lacaze, o presidente da Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão, Tuza Guanais, o fiscal da prefeitura do Vale do Capão Roni e o morador Fernando. Antes de sair a campo, o professor Henrique deu uma rápida aula sobre como seria feita a atividade e o biólogo Pablo explicou a todos diversos aspectos do PNCD e da sua área de entorno, como seus objetivos, seus limites, suas características, entre outros. O ponto de encontro foi a Pizzaria la Piedra.




Os alunos então se dividiram em 2 grupos: um seguiu para o ponto de captação de água da cachoeira do Batista, guiados por Roni e acompanhados pelo resto dos presentes, e outro permaneceu na Vila e arredores para aplicação de um questionário que contemplava perguntas sobre a caixa d´água (frequência e forma de limpeza), opinião sobre cloro/flúor e opinião sobre quem deveria gerir a água no Capão.

Após a captação de amostras e realização de alguns testes no Batista, os grupos se encontraram e então trocaram de papéis: o grupo que ficara nos questionários foi visitar a nascente de Dona Alicinha, na Mata, e o grupo que foi ao Batista pela manhã seguiu com a aplicação dos questionários nas regiões dos Brancos e da Mata. Antes de seguirem suas atividades, todos participaram de mais uma exposição do professor Henrique, no Rufino Rocha, quando foram captadas duas amostras de água da torneira para análise dos coliformes fecais. Para esta análise é necessária uma estufa que mantém a temperatura da amostra em 37,5 graus célsius por 15 horas. Infelizmente a estufa, que passou a noite no Rufino, não funcionou e será necessário refazer a análise.



Para realizar as outras análises, o grupo trouxe do IFBA o kit “AlfaKit - Básico Potabilidade”   contendo diversos reagentes para avaliar a potabilidade de acordo com 11 medições. O kit é prático e portátil, permitindo que a análise seja feita no próprio local.


Alfakit para análise de indicadores básicos de potabilidade de água




Bio indicador da boa qualidade da água.


Os resultados das análises apontaram conformidade com os parâmetros definidos pelo ministério da saúde para as substâncias analisadas, com exceção do pH da água, que ficou abaixo do estipulado em ambas as amostras. No batista, o pH ficou em 4,5 e na nascente de D. Alicinha em 5, indicando que as águas são ácidas, resultados que já ocorreram em análises anteriores, segundo os moradores. A ingestão de água ácida, de acordo com especialistas, no longo prazo pode causar problemas gástricos, como gastrites, úlceras e câncer de estômago. 


No final das atividades, todos se juntaram na Pizzaria novamente para comer uma bela macarronada!



O Projeto Sustentabilidade em Ação pretende comprar um Alfakit para a comunidade realizar outros testes. Uma nova visita do pessoal do IFBA está marcada para a 1a quinzena de abril, quando novas análises serão feitas em outros pontos - assim como as análises de coliformes fecais. Divulgaremos em breve a data! Compareça!




Para mais informações sobre os parâmetros de potabilidade de água acesse:

http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Agua06.html
http://www.jornalbeiradorio.ufpa.br/novo/index.php/2013/142-edicao-110/1419-acidez-das-aguas-minerais-comprovada
http://www.aaguadasaude.com.br/site/blog/agua-alcalina-o-que-e-agua-alcalina-e-porque-beber-agua-alcalina/
http://www.sociedadevegan.com/ph-agua-acidez-sangue-saude

sábado, 22 de março de 2014

Curso de Técnicas Alternativas em Saneamento e Construção da Fossa BioSéptica no Rufino Rocha

No dia 23 de novembro de 2013, um sábado, cerca de 20 moradores voluntários deram início à escavação da fossa bio séptica que seria instalada no curso de Técnicas Alternativas em Saeamento, dentro do contexto do Projeto Sustentabilidade em Ação.

O local escolhido, o espaço comunitário do Rufino Rocha, aonde há aulas de capoeira e música além de um campo de futebol, estava com o banheiro desativado há alguns anos. A antiga fossa desse banheiro, que já estava desativada há alguns anos, era do tipo rudimentar, ou fossa negra: um buraco circular bastante profundo, revertido de pedras e sem qualquer proteção superior, representando um risco para as pessoas que passavam por ali.





Os voluntários trabalharam duro o dia todopara cavar um buraco de cerca de 7 metros de comprimento, por 2 de largura e 1,60 de profundidade. O morador Delson Barbosa, que há muitos anos trabalha com construções no Vale, deu uma ajuda fundamental! A antiga fossa, localizada atrás da nova, foi preenchida com a terra retirada do novo buraco.





Fila de voluntários para transportar os tijolos até o local da fossa.


Escavando! O cano grosso na foto levava a água negra do banheiro para a antiga fossa.



No meio dos trabalhos, todos se juntaram para comer uma feijoada e beber um suco!


Na quinta-feira da semana seguinte, dia 28/11, na sede da APEA-CA na Vila, foi iniciado o curso de Técnicas Alternativas em Saneamento. O curso foi divulgado por cartazes pelo Vale, convites individuais aos pedreiros e outros profissionais da construção, redes sociais e boca a boca entre os moradores. Apesar de o foco do curso ter sido os profissionais da construção, a grande maioria dos alunos era de pessoas interessadas no tema, mas que trabalhavam em outras áreas.

No primeiro dia contamos com a palestra do Dr. Aureo Augusto, médico do posto de saúde do Vale, e morador daqui há mais de 30 anos. Áureo, que foi um dos primeiros moradores “de fora” a chegar no Capão, ofereceu uma palestra muito interessante sobre mudanças ocorridas no Vale nos últimos anos e a importância da conscientização da população sobre os caminhos que queremos para o nosso Vale. Áureo também levantou aspectos sobre a relação entre a saúde e o saneamento, que estão intimamente ligados.






Em seguida, no mesmo dia, a turma contou com um bate-papo com o secretário de meio ambiente do município de Palmeiras, Aruanã de Luccas. Aruanã expôs as novas atividades da secretaria, que começou a regularizar e licenciar os empreendimentos no Capão. O secretário também chamou a atenção para a importância de se dar seguimento à elaboração do Plano Diretor do município, uma ferramenta fundamental para ordenar a ocupação no Vale. Os alunos puderam tirar várias dúvidas, que foram prontamente esclarecidas por Aruanã.


O dia seguinte (29/11) foi com Martin Zuccolotto, especialista em bioconstrução. Martin trouxe para a turma os principais conceitos de bioconstrução, como a importância de se aproveitar os materiais, de se levar em conta as características naturais do local de construção, utilizar materiais naturais, entre outros. Martin também explicou somo seriam as aulas práticas, com a construção de fato de uma fossa bio séptica no Rufino Rocha, nos dois sábados seguintes.



Para preparar o “campo” para a aula de sábado, durante a semana as atividades  no Rufino não pararam! Foi necessário mais trabalho para aprofundar o buraco cavado no mutirão, e o pedreiro Josemar Rocha, com seus ajudantes, fez a base da fossa (piso e paredes). Assim, o local ficou pronto para a aula prática de sábado com toda a turma. 






No sábado, dia 30, às 8:30 da manhã alguns alunos já tinham chegado para a prática e a aula começou. Como as paredes e o piso já estavam prontos, o professor Martin seguir para a explanação sobre a construção da “pirâmide” de tijolos em que toda a água negra do vaso sanitário é despejada. A pirâmide é construída de forma que em seu interior ocorra a digestão anaeróbica (sem ar) da matéria orgânica, que vai escorrendo pelos orifícios do tijolo para fora da pirâmide. No lado “de fora”, dentro da bacia, a digestão vira “aeróbica” (com ar) pelas bactérias que ficam nas pedras porosas, na brita, areia, etc. (veja aqui o processo completo).

Além de aprender como é feita a pirâmide e ver na prática os passos da construção da fossa, os alunos ajudaram no transporte dos materiais (pedra, areia, cimento, brita) e na limpeza da área.





Martin trouxe amostras de água de uma outra fossa ecológica realizada na escola comunitária Brilho do Cristal, localizada bem próximo ao Rufino.


O antigo cano estava entupido e deu um grande trabalho para a equipe descobrir como desentupir! No final, foi necessário trocar parte do cano.


O círculo de bananeiras, além de receber a água cinza do banheiro (água da pia) também servirá como o local de escape caso a fossa exceda o limite de água.







Foi necessário reinstalar o cano de saída de água do vaso sanitário, que também precisou ser trocado.





Instalação do suspiro.







O círculo de bananeira também recebeu atenção do pessoal:



Na aula prática, assim como no mutirão, também teve feijoada!





Na 5ª feira seguinte, dia 5/12, o especialista em banheiros secos e compostagem Nir Kaplan fez uma aula sobre as alternativas ecológicas em saneamento. Nir trouxe exemplos, fotos, vídeos e outros materiais sobre o “absurdo do esgoto”: como descartamos nossas fezes e urina de uma maneira que criamos diversos problemas, enquanto poderíamos estar utilizando este material como adubo. Nir mostrou a história do saneamento, como o hábito de urinar e defecar na água (em vaso sanitário) foi introduzido , e como se tornou a regra no mundo moderno ocidental. Este sistema, no entanto, não é nem um pouco eficaz, e bastante desaconselhável para lugares com escassez de água. Nir apresentou dados sobre a segurança dos banheiros secos, ou seja, com quanto tempo, com os cuidados e condições adequados, os patógenos (bactérias e outros organismos que causam doenças) presentes nas fezes e urina se tornam inofensivos para os homens.





No dia seguinte, sexta-feira, a aula foi um bate-papo com alguns profissionais da construção que atuam no Capão e os professores das aulas anteriores. Foi um momento importante para reflexão sobre a ocupação do Vale, a evolução que ela tem tomado, sua forma e sobre como queremos que ela se dê daqui pra frente. Foi levantada a questão da importância de o município ter um documento que regularize esta ocupação, o Plano Diretor, que dará as diretrizes para os tamanhos de terrenos (cada vez menores), os tipos de fossas, as áreas de comércio, etc.

Na manhã seguinte, sábado dia 7/12, houve a 2ª aula prática no Rufino. Neste dia, já com a estrutura da fossa pronta, ou seja, a bacia e a pirâmide, foi hora de preencher o espaço com as pedras, brita, areia e matéria orgânica. Não foi tarefa fácil carregar as pedras, que foram colocadas cuidadosamente, uma a uma, para não danificar o piso e as paredes da bacia.









O círculo de bananeiras também recebeu cuidados!



Dessa vez foi servido um lanche!






Como a 2ª aula não foi suficiente para finalizar a fossa, afinal ela é bastante grande, com 7 metros de comprimento, 2 de largura e 1,8 de profundidade, foi realizado uma 4ª atividade no local (depois do primeiro mutirão e das duas aulas). No dia 14/11 alguns alunos, a coordenação e o professor Martin se reuniram novamente para depositar a última camada de brita e areia, de matéria orgânica, de terra com adubo e enfim plantar as bananeiras. O pessoal até ajeitou alguns canteiros em volta, inclusive o da placa com as explicações sobre a fossa. O círculo de bananeiras também foi finalizado.
Dentro do banheiro do Rufino foi instalado um novo vaso, a pia- doada pelo posto de saúde – e as instalações hidráulicas foram todas realizadas. Aproveitamos para pintar as paredes e porta do banheiro e realizar alguns consertos nas paredes em volta. O resultado ficou muito bom!







Como sempre, a feijoada e o suco foram servidos!



A equipe do Projeto elaborou alguns avisos internos para que o pessoal que utilizará o banheiro mantenha as condições para que o sistema funcione. Não se pode, por exemplo, realizar a limpeza do vaso sanitário com produtos químicos como água sanitária, pois isso elimina os micro-organismos que fazem toda a “digestão” da matéria orgânica.






A atividade foi produtiva! Esperamos que a nova fossa seja um modelo no Vale para que as pessoas possam aprender e verificar na prática como funciona uma alternativa ecológica, para que as próximas construções contem muito mais com este tipo de alternativa!







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